ATENÇÃO ! Todas as fotos do nosso Blog quando clicadas, direcionam a links de sites e outros blogs, para pesquisas ou complemento das postagens. Nos acompanhe no Twitter: AGROPEC, envie e-mails ou se preferir fale conosco no msn no: tecnicoemagropecuaria_blog@hotmail.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

BARU (Dipteryx alata)


Conhecido com vários nomes populares de acordo com a região, tais como: cambaru, cumari, cumarurana, cumbaru, cumaru e cumati.

Cumaru e Cumati merecem atenção, tendo em vista que na classificação botânica se destingue, até mesmo, pelo o formato dos frutos.

O Cumaru que é vagem achatada e quase preta, contendo sementes achatada e rugosa, de cheiro ativo e agradável que são o Torresea cearensis Fr. All. (Amburana Claudii Schw. & Taub., Amburana cearenses A. Smith.), da família das Leguminosas Papilionóideas.

O Cumati é um arbusto de pequeno porte – Psidium albidum Cam., da família das Mirtáceas (a mesma das goiabas), que nada tem haver com o Baru.

O Cumaru verdadeiro é o Dipteryx odorata Willd. Do Nordeste e Centro do Brasil e Argentina. Conhecido também por Imburana de Cheiro, Cumaru de Cheiro ou Cumaru do Ceará.

O Baru (Dipteryx alata), árvore do cerrado brasileiro e está ameaçado de extinção devido a destruição de seu bioma nativo, pela expansão agrícola, desordenado uso da sua excelente madeira, consumo de suas sementes como alimento, além do uso medicinal por algumas comunidades que não fazem a sua única forma de propagação.
Presente também na Mata Atlântica, ocorre nos estados de Minas Gerais (Triângulo Mineiro), São Paulo (norte do estado), Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, onde tambem tem outros nomes: barujo, bugueiro, castanha de bugre, feijão-barú e pau-cumaru.
A árvore é perenifólia, heliófita de terrenos secos. Sua dispersão é irregular. Ocorre na Bolívia, Paraguai e Peru. Com madeira resistente a árvore, pode ultrapassar até 25 metros de altura, tronco podendo atingir 70 cm de diâmetro, copa densa e arredondada.

O fruto é um legume lenhoso, castanho com uma única amêndoa comestível que amadurece de setembro a outubro.

As sementes muito apreciadas cozidas ou como geléia, por ser nutritiva, embora a dureza do fruto dificulte sua obtenção. Animais silvestres consomem a polpa aromática do fruto. O baru vem se destacando em projetos eco-extrativistas no estado de Goiás
Árvore de crescimento rápido é cultivada por sementes. O óleo extraído da amêndoa é de excelente qualidade e costuma ser utilizado pelas populações tradicionais, como antirreumático. Apesar de todas as suas qualidades, o baru não é ainda comercializado, sendo muito raro encontrá-lo nas feiras das cidades.
As qualidades do baruzeiro vêm sendo pesquisadas desde1980 por orgão de extensão rural pelas suas propriedades relevante e por ser uma planta de interesse em empresas de projetos de reflorestamentos.

NOTA – Na relação dos nomes científicos citados no excelente livro de J. G. Duque – Solo e Água no Polígono das Secas (pág. 90, 216), o cumaru é determinado como Coumarouna odorata Aubl., classificação que cabe também, ao Cumaru Verdadeiro, cujas sementes são conhecidas por fava de cumaru ou fava de Tonka.

Fonte da foto: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/baru/baru.php







quinta-feira, 1 de setembro de 2011

BANANA (Musa spp.)

A complexidade taxinômica e a morfológica dessa fruta, exige maior atenção na leitura para entender e executar trabalhos estudantis, pois é a fruta com grupos genômicos que estabelecem as variedades e que agrupam cultivares de características semelhantes, tais como, nas bananas comestíveis e, podemos encontrar combinações de genótipos: Diploíde - AA e BB; Triploíde – AAA e BBB e Tretaploíde - AAAA e BBBB.

As características das principais cultivares comestíveis são as AAB, ABB e BBA.

As diferenciadas são AAAB, AABB e BBBA. Nessas cultivares destacam-se as comerciais que são híbridos de duas espécies de genoma AA e genoma AB.

Na classificação botânica, eram cinco seções (Ingentimusa, Australimusa, Callimusa, Musa e Rhodochlamys), no entanto, em 2002 foram reduzidas a três. Outra classificação faz referencia apenas a quatro seções: Australimusa, Callimusa, Rhodochlamys e Eumusa. Anteriormente, as espécies com 2n = 20 cromossomas estavam separadas nas seções Australimusa e Callimusa, enquanto que as espécies com 2n = 22 cromossomas estavam distribuídas pelas seções Musa e Rhodochlamys. Carol Wong e outros, em pesquisas, revelaram que as diferenças genéticas entre cada seção do mesmo grupo cromossômico são menores que as identificadas dentro de cada seção.
Do complexo estudo cientifico, a seção Eumusa está às bananeiras com 11 cromossomos (n=11), apresentando cachos e "umbigos" (inflorescência masculina) horizontais ou cadentes, seiva leitosa ou aguada; nesta seção localizam-se as bananas comestíveis com valor comercial, incluindo ai, a Musa acuminata e a Musa balbisiana.
Apesar de comumente ser encontrada em “qualquer lugar”, nos mais variados tipos de solos, a bananeira desenvolve-se plenamente entre os paralelos 30o N e 30o S, numa faixa de temperatura, entre 10o C – 30o C, tanto do nível do mar, quanto a alturas de 1,500 metros. A bananeira não se desenvolve em solos encharcados ou pedregosos. Os solos arenosos não são também adequados, pois retém pouca umidade, além de favorecer a presença de nematódeos e o tombamento da planta.
A temperatura média ideal para a cultura é em torno de 25o C, isso comercialmente, pois abaixo de 16o C a atividade da planta cessa, não havendo lançamento de folhas novas, o que acarreta o alongamento do ciclo.
Espalham-se por todas as regiões tropicais e subtropicais do globo. O centro de origem da maior parte das variedades é a Ásia Tropical, com centros secundários na África e ilhas do oceano Pacífico. Para autores (pesquisadores) são “filhas” de duas espécies selvagens Musa acuminata (AA) e Musa balbisiana (AB). Portanto, é a fruta tropical de maior produção no mundo e figura entre as frutas mais comercializadas no mercado internacional.

No Brasil estão totalmente incorporadas à paisagem, emboramente a produção apresenta grandes contrastes entre regiões de pequenos produtores, incluindo-se ai, comunidades tradicionais, que vão desde o simples extrativismo até áreas da mais alta tecnologia. A demanda por padrões de qualidade e normas de classificação veio de regiões mais tecnificadas. As normas de classificação são a base para a modernização da comercialização e da transparência nas relações comerciais. Nesse contexto, exige do produtor maior atenção, tendo em vista, a cultura ser sensível aos efeitos de fatores edafoclimáticos, como: geada, frio, ventos e umidade do solo e do ar e também, por um grande número de ataques de doenças. De maneira geral, o nível tecnológico, segundo autores, ainda é baixo, contribuindo com incidência elevada de problemas fitossanitários

É segundo fruto mais produzido e consumido no Brasil, segundo país no ranking da produção mundial. A maior parte da produção provém do Sudeste do país, onde é produzido 32,8% do volume total nacional, seguido das Regiões Norte (20,9%), Sul (8,6%) e Centro-Oeste (10,7%). Ao todo, a área plantada é de cerca de 520.000 ha. Em termos gerais, ainda que as condições naturais permitam uma produção de alta qualidade, existe baixa eficiência na produção e no manejo pós-colheita.

Existem doenças de ocorrências generalizadas em todas as regiões do mundo (fúngicas e bacterianas), tais como: Mal-do-panamá, Sigatoca-amarela, Sigatoca-negra, Moko, Podridão-mole e viroses. Estas doenças provocam perdas elevadas na produção ou até mesmo, a destruição total do bananal. Dependendo da região, a orientação técnica é muito importante para a implantação de cultivares resistentes.
Para especialistas, a cultivar Cavendishii (grupo AAA) é inviável para cultivo em larga escala, isso para os próximos 20 anos, mesmo que ainda não esteja propriamente em perigo de extinção. Apesar da sua popularidade nos mercados europeus e americanos, a Cavendish, como a maioria das bananas, não apresenta qualquer diversidade genética (reprodução assexuada), o que a torna particularmente vulnerável a doenças que ameaça a agricultura de subsistência.

Ainda que as espécies selvagens apresentem numerosas sementes, quase todas as variedades de banana utilizadas na alimentação humana não têm sementes. Cada banana pesa, em média, 125g, com composição de 75% de água e 25% de matéria seca. São fonte apreciável de vitamina A, vitamina C, fibras e potássio.


Exemplos de cultivares comestíveis no Brasil

Grupo genômico AA: Ouro
Grupo genômico AAA: Nanica, nanicão e caipira e Cavendish anã.
Grupo genômico AAB: Prata, Pacovan, Prata-anã, maçã, mysore, terra, D’angola, FHIA 18;
Grupo genômico AAAB: Pioneira, FHIA 01, prata caprichosa, Japira e Pacovan ken.

Em 2005, a Índia liderou a produção mundial, representando cerca de 23% da produtividade mundial - sendo a maioria no consumo interno. Os países que mais exportam são o Equador, a Costa Rica, as Filipinas e a Colômbia, que somam cerca de dois terços das exportações mundiais, exportando cada um mais de um milhão de toneladas.
O cultivo pelo Homem teve início a pelo menos a 8000 a.C e torna a Ásia o berço do cultivo de bananas, por isso, se confirma a sua origem.